Há poucos anos atrás, pouca gente imaginava o que era pilates. Ao deparar com as camas altas articuladas por molas, desavisados poderiam supor que entravam em réplicas de salas de tortura. Hoje, de pequenos estúdios a grandes academias, o método criado pelo alemão Joseph Pilates está em toda parte, respondendo à demanda de uma legião de praticantes interessados nos benefícios alardeados pela imprensa e pelo boca a boca.
Infelizmente, além de profissionais bem formados, a explosão do pilates deu espaço, também, para pessoas que viram no método apenas um bom filão e, sem a devida capacitação, acabam expondo os alunos a sérios riscos para a saúde. Um trabalho mal orientado pode gerar lesões gravíssimas. Pilates não é malhação e exige um trabalho de conscientização corporal muito sério.
A prática une movimentos de solo e nos aparelhos, em que força e flexibilidade são exercitadas simultaneamente. O foco mais intenso do trabalho é o fortalecimento do tronco e do abdome, centro do corpo. Entre os principais efeitos do método estão o ganho de força muscular, o alongamento e a flexibilidade. A prática também traz excelentes resultados na recuperação de movimentos de pessoas com problemas de coluna ou alívio para lesões musculares, por exemplo.
Bem feito, o pilates é o céu. Mas também pode ser o inferno, já que os danos possíveis são inúmeros. Para evitar que o aluno se machuque, é fundamental um minucioso alinhamento postural a cada movimento.
Para evitar este tipo de mau uso, que pode pôr em xeque a credibilidade da técnica, grupos começam a se organizar para exigir capacitação e assegurar fiscalização dos pequenos espaços que pipocam a cada dia pelo país. A intenção é mapear os estúdios e avaliar os certificados de pilates existentes no Brasil, priorizando aqueles com amparo de instituições internacionais. No Rio, em São Paulo e em Salvador, estão em vias de legalização as primeiras associações locais de professores de pilates. A falta de qualquer regulamentação da técnica até agora vem gerando uma verdadeira guerra política entre conselhos de classe. Alguns Conselhos Regionais de Educação Física, como o da Bahia, já começaram a fiscalizar estúdios, com o objetivo de multar locais que não tenham um professor de educação física responsável. Entendemos que, entre outras coisas, o método busca o condicionamento físico e, como tal, precisa ser orientado por um profissional da educação física, diz Jorge Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef). A técnica trabalha numa área de interseção entre a educação física e a fisioterapia, e foi popularizada no mundo, e também no Brasil por bailarinos, rebate a vice-presidente do Conselho Federal de Fisioterapia, Ana Cristina Brasil. Esta semana, profissionais de formações variadas, como fisioterapia e dança, que fizeram especialização na técnica e querem ver assegurado seu direito de trabalhar com ela, tiveram uma vitória importante: a Comissão de Educação da Câmara aprovou projeto que exclui do âmbito de fiscalização do Confef os profissionais de dança, artes marciais, ioga, capoeira e pilates. Existem vários tipos de pilates, com objetivos como consciência corporal, condicionamento físico e reabilitação. Mas não há como separar totalmente onde acaba uma coisa e começa outra, o que muda é a ênfase.
Pratique com segurança:
· Descubra se seu professor é habilitado para dar aulas de pilates
· Observe se as turmas são pequenas – a atenção durante a prática deve ser quase individual
· Relate qualquer problema de saúde para seu professor
· Se você sofre da coluna, procure orientação médica antes de iniciar a prática
· Vá com calma no começo. Respeite seus limites
· Fique atento ao seu corpo. Na dúvida, pare
Fonte: Adaptado de Jornal do Brasil – Suplemento Vida
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