Sustentabilidade é um termo usado para definir
ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Este conceito está alicersado no respeito as diferentes formas de vida do planeta, em um processo de aprendizagem permanente.
Trata-se de uma visão sistêmica da vida. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.
Para que um processo de sustentabilidade funcione é necessário que seja
economicamente viável, socialmente justo, culturalmente aceito e ecologicamente correto, sendo esse último, o foco desse artigo.
São Paulo produz 900g de lixo/dia por habitante e a maior parte destes dejetos são despejados em terrenos a céu aberto, nas ruas, córregos e rios. Segundo o último censo do IBGE, feito no ano de 2000, em 64% dos municípios todo o lixo incessantemente gerado é jogado em terrenos que não passam por nenhum tipo de controle: os lixões. Apenas 14% dos municípios brasileiros têm aterro sanitário, que não tem nada a ver com os lixões.
Infelizmente, a situação não obteve melhora na última década. O verão 2009/2010, pródigo de enchentes de consequencias trágicas, ainda está bem vivo em nossa memória.
O impacto que esse lixo causa no meio ambiente é incalculável. Além da poluição do solo, os rejeitos despejados em nossos rios acabam por chegar ao mar, ameaçando a vida marinha.
Em nossa megalópole, o lixo entope nossas galerias e promove o transbordamento de córregos gerando as sempre presentes enchentes.
Onde vamos buscar respostas e cobrar soluções para a crise do lixo? Nas subprefeituras responsáveis por cada região.
Onde o lixo é jogado?
Para onde é levado?
É disposto em embalagens apropriadas?
A coleta pública atinge todas as regiões?
Existe aterro sanitário?
Estão bem instalados?
Causa impactos na sociedade?
E quanto a nós? Separar e reciclar o lixo que produzimos, além de frear o consumo desmedido e irresponsável.
Em um país que sediará a Copa do Mundo de futebol e Olimpíadas, faltam saneamento básico e aterros sanitários...
Além dos dejetos sólidos, temos um outro grande vilão: o óleo de cozinha.
O óleo flutua sobre a superfície da água, podendo ser arrastado pelo vento e facilmente espalhado e, quando derramado no meio ambiente contamina as águas, polui rios e praias, causa danos e morte de peixes, aves e outros animais.
Segundo a SABESP,
um litro de óleo pode poluir milhões de litros de água. O óleo frequentemente utilizado em frituras, faz um enorme estrago ao meio ambiente se jogado pelo ralo da pia, pois provoca o entupimento das tubulações das redes de esgoto, aumentando em até 45% os custos de tratamento. Em cada comércio geralmente sobram, por semana, 50 litros de óleo e a maior parte não é retirado por nenhuma espécie de coleta seletiva.
70% do nosso planeta é coberto de água; deste total 97,5% é água salgada, o que nos sobra são 2,5% que se encontram em geleiras ou em aquiferos subterrâneos da terra. A UNICEF estima que menos da metade da população mundial tenha acesso à água potável e que a maior parte da água disponível não é destinada ao consumo humano, mas sim a atividades econômicas, como o agronegócio e a indústria. Nesse aspecto, a agropecuária é responsável por consumir cerca de 73% de todo o montante utilizável. Boa parte dessa água, porém, perde-se em decorrência do uso de métodos ultrapassados de irrigação.
A indústria responde por 21% do uso dos recursos hídricos. Conforme a disponibilidade, os habitantes da África consumem apenas 15 litros de água por dia enquanto 2000 litros de água são consumidos por dia pelos habitantes em NY. A ONU recomenda um consumo médio diário per capita de 110 litros, e os brasileiros acompanham esses números, porem de forma bem desigual quando comparamos as regiões Sudeste e Nordeste.
Mesmo com esses números assustadores, milhares de litros de óleo continuam sendo jogados em lugares impróprios e de forma inadequada.
A conscientização para a coleta seletiva melhora as condições ambientais e consequentemente as condições de saúde da população. Reduz o desperdício de energia e de recursos extraídos da natureza e diminui a quantidade de lixo destinado aos aterros sanitários. Diminui também a poluição do ar, da água e do solo.
Falta educação para a população e boa vontade da classe governante.
Isso tudo sem falar nas boas oportunidades de emprego e renda que o ramo de reciclados oferece, inclusive para o micro e pequeno empresário. Para quem quiser investir, com R$ 50 mil inicia-se um negócio no mercado de PET; para quem quiser investir em reciclagem de papel (fabricar artefatos de polpa moldada como bandejas para ovos e frutas, calços para componentes eletrônicos, entre outros) o aporte é da ordem de R$ 150 mil.
Autor: Marco Aurélio
Para saber mais:
www.cempre.org.br
www.rotadareciclagem.com.br
www.metodista.br/rronline/ciencia-e-saude
www.coletasolidaria.gov.br
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